O ser humano tem a necessidade de sentir segurança e estabilidade na sua vida.
Sempre assim foi.
Desde os primórdios da civilização que arranjamos formas criativas de salvaguardar o que é nosso.
Através de alianças entre povos ou famílias, uniões entre clãs de forma a aumentar exércitos e territórios, o casamento, por exemplo, era uma espécie de apólice de seguro entre famílias, porque as sinergias traziam estabilidade.
Pouco depois dos descobrimentos e já depois da criação das rotas marítimas entre a Europa e os Novos Mundos, as companhias de comércio privadas perceberam que os elevados custos das transações marítimas não podiam ser suportados pelo Estado e pelo sector privado, financeiramente, não conseguiriam suportar tais riscos.
Já imaginaram quanto custava mandar um barco cheio de marinheiros e bens para o Brasil ou para a Índia? Imaginem os utensílios da época e os perigos que os nossos marinheiros ousavam passar para que fosse possível ir e vir sem problemas, isto é, para manter um negócio desta natureza viável?
Ora, como é sabido, muitos dos nossos barcos naufragavam e muitas vidas eram perdidas.
Imaginemos o impacto que este tipo de operações comerciais tinham na época; famílias destroçadas, empresas falidas, isto sem falar dos danos morais que provinham deste infortúnio.
Por este motivo, e tendo em conta a actividade marítima, nasceram as primeiras apólices de seguro. As empresas proprietárias das embarcações pagavam a uma associação uma cota, para no caso de existir a perda total/parcial dos bens e das pessoas, os familiares e as empresas eram ressarcidas das perdas, muito parecido como que acontece agora.
Conseguem imaginar uma actividade de risco tão elevado como a marítima sem uma apólice de seguro? Quem desejava trabalhar numa empresa que não salvaguardasse, em caso de morte, a família? A ideia era partilhar os prejuízos por todos e unidos tornavam-se mais fortes.
A actividade seguradora é responsável pelo desenvolvimento económico e social da nossa civilização. Conseguem imaginar um mundo sem seguros? Não podemos olhar para uma apólice de seguro como uma despesa, mas sim como um investimento, que zela por vós e pela vossa família.
Guilherme Castanheira e Nuno Ribeiro
Fonte: edição de 14-09-2018 do Defesa da Beira